Variantes

domingo, 3 de outubro de 2010

Ninguém Merece


-Ai Alfredo ninguém te merece cara!

-O que foi queridinha?
-Eu sabia que isso um dia ia acontecer. Ninguém te merece! Aliás, você não me merece.
-Queridinha eu nem sei por que você está assim. Eu sou um homem muito bom, eu valho muito. Você está sendo ingrata.
-Mas ontem foi o nosso aniversário de namoro.
-Sim e ficamos juntos!
-Só até as seis da tarde por que depois você foi se encontrar com sua ex. Ninguém te merece cara.
-Só fui ver minha filha.
-Você não percebe que ela usa a criança para ficar mais tempo contigo? Te cercar? Você gosta né? Você não vale nada.
-Quanto aposta?
-Apostar o que?
-Quanto eu valho! Dez, vinte, um real?
-Nenhum tostão furado.
-Você tem razão, não é qualquer pessoa que me merece. Eu sou uma jóia raríssima.
-Para de infantilidade Alfrê. Isso é só um modo de dizer.

Não é que o cara levou a sério. Passou vários dias frustrado em cima de uma cama e tomou a sensata decisão de se colocar a venda. No início foi até engraçado e depois a coisa foi ficando séria. Passou um mês em oferta sem ninguém querer compra-lo. Conseqüência dessa loucura foi ficar uma semana fechado para balanço.
A namorada o procurou sem sucesso, ninguém sabia onde se encontrava Alfredo.
Depois do desaparecimento ele retornou com uma novidade. Resolveu, simplesmente fazer uma rifa de si mesmo. E não foi humilde não, o preço de cada bilhete custava dez reais.
Essa bizarra ação entre amigos caiu na boca do povo. Não tinha um candango que não tivesse comprado a tal rifa.
A moda ameaçou pegar, era um tal de genro querendo rifar a sogra, meninas sorteando o coração e coisas do gênero.
Até que chegou o grande dia, pela loteria federal tivemos a notícia do ganhador:
Queridinha sorriu e pagou barato para ter seu namorado de volta.

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